A capa da revista VEJA datada de 23 de novembro próximo passado dá destaque a um artigo intitulado"O que é ser normal?". Enviei para a revista os seguintes comentários sobre a matéria, mas a revista optou por não publicá-los. Passo, dessarte, a transcrevê-los aqui:
"Um sujeito é tão mais mentalmente saudável quanto mais consegue guiar seu próprio comportamento de forma a, dentro das circunstâncias em que se encontra, otimizar prazer e funcionalidade. Como tais circunstâncias variam incessantemente no espaço e no tempo, é de todo ocioso procurar-se encontrar uma forma fixa para o que seja saúde mental.
Para se evitar tal tropeço é indispensável que se pare de embaralhar - tropeço que abunda no mencionado artigo - o conceito de "saúde" - seja física ou mental - com o de "normalidade": com efeito, nem a mais avançada tecnologia neuropsiquiátrica - que Veja canta em prosa e verso - aplicada mediante o mais denodado esforço será capaz de encontrar uma resposta inteligente para uma pergunta idiota.
Se 'normalidade' fosse sinônimo de saúde, cárie dentária, pelo menos em nossa cultura, seria paradigma de sanidade odontológica.”
Pensando bem, não é de admirar que a revista se tenha eximido de publicar meus comentários.
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