sexta-feira

RESPOSTAS AO ORKUT III: FREUD, SCHOPENHAUER, NIETZSCHE E BRENTANO

Meus comentários sobre a relação entre as obras de Nietzsche e Freud foram colocados em comunidades do Orkut e, ali, chamou-se atenção sobre a importância da relação entre Freud e Schopenhauer. Sobre tal relação, há um valiosos capítulo no livro "Freud, la philosophie et les philosophes" (PUF, 1976; parece não existir tradução para o português), onde Paul-Laurent mostra como como o "solitário de Francfort" precedeu o "solitário de Viena" quando atribuir a origem da doença psicológica a "memórias truncadas" que retornam por meio de "formações substitutivas" (os sintomas). Agora, se vamos falar de outras relações da Psicanálise com a Filosofia, vale sim é chamar atenção para o DÉBITO FUNDAMENTAL de Freud para com Franz Brentano, de quem o fundador da Psicanálise foi aluno exatamente no ano em que o filósofo alemão publicou seu "Psicologia sob o Ponto de Vista Empírico", onde, não só afirma que essa ciência é uma "Naturwissenschaft", uma ciência da natureza" e não uma "Geisteswissenschaft", uma ciência do espírito, como DEFINE O MENTAL COMO SINÔNIMO DE INTENCIONAL. Sem esta última definição, que Freud sempre usou, mas sempre escondeu de si mesmo e dos demais, A PSICANÁLISE SIMPLESMENTE NÃO EXISTE. Muito antes de Freud se reconhecia a ação de elementos inconscientes sobre o comportamento, mas eles eram considerados NEUROLÓGICOS. Quando, armado com a definição de Brentano, Freud se defrontou com os dados do tratamento, feito por Joseph Breuer, em Bertha Pappenheim (pseudônimo: Ana O.), dados que mostravam a operação de INTENÇÕES não conscientes, era fácil traçar a conclusão: ora, se psicológico é sinônimo de intencional, e se existem intenções inconscientes, além de um inconsciente NEUROLÓGICO, existe um inconsciente PSICOLÓGICO. Sem Brentano, não existiria Freud.

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