domingo
PSICANÁLISE DERROTADA
A Psicanálise está em crise. Está derROTADA porque está FORA DE ROTA e está fora de rota porque está SEM BÚSSOLA. Perdeu essa bússola quando, após a morte de Freud, seus acólitos resolveram negar o que ele havia cansativamente repetido durante toda sua vida: que ela é uma “ciência natural”, não uma “ciência do espírito”, hoje chamadas sociais, ou humanas. Ora, as “ciências naturais” TÊM BÚSSOLA, o “método científico” – uma lógica de validação de suas hipóteses. As ciências humanas NÃO TÊM ESSA BÚSSOLA! Propuseram, ridiculamente, substituí-la por uma tal de “compreensão” (“Verstehen”), que, obviamente é uma “técnica” de produzir hipóteses, não um “método” de as validar. Deslocada para o âmbito dessas últimas, onde o “contexto de descoberta” – produção da hipótese – é confundido com o “contexto de validação” – onde essa hipótese tem testado seu valor de verdade – a Psicanálise está acolhendo em suas salas de aula e em seus consultórios um amontoado insuportável de bobagens que está e vai continuar a corromper sua credibilidade. Para fingir que ainda têm bússola, os psicanalistas inventaram a análise didática, que daria ao psiquismo do analista a imparcialidade necessária para que ELE se tornasse bússola, DISPENSANDO SUBMETER SUAS “COMPREENSÕES” ÀS EXIGÊNCIAS DO MÉTODO EMPREGADO PELAS CIÊNCIAS NATURAIS. A impunidade epistemológica obtida mediante isso poupa àquele que, com elegante modéstia, se coloca no lugar do SUPOSTO SABER, da desagradável experiência de ser denunciado como alguém que, na verdade, está sentado no lugar do COMPROVADO ENGODO. É compreensível que essas divas epistemológicas, tendo escapado, com nível variado de mauvaise conscience, das exigências do método científico, fiquem indignadas ao ver seus privilégios ameaçados por autores que, como Bricmont e Sokal, ousam avaliar seus perfumados arrotos intelectuais empregando os critérios do método de que sorrateiramente haviam escapado. Pobre derROTADA Psicanálise! Não à toa dizia Freud mais temer seus amigos do que seus inimigos...
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