Um dos participantes desta comunidade disse sofrer de "Síndrome do Pânico" (= SP) e pede alguns esclarecimentos sobre o significado desse diagnóstico. Vamos lá. Comecemos distinguindo "sintoma", "síndrome" e "entidade mórbida" ou "nosológica". Vamos lá:
"Sintoma" é a menor unidade de análise diagnóstica. Assim, "tristeza" é um sintoma. Já a um conjunto de sintomas que freqüentemente aparecem juntos, dá-se o nome de "síndrome". Assim, "depressão" é uma síndrome, pois seu diagnóstico implica a presença simultânea de vários sintomas, de que cito alguns: tristeza, bradicinesia (lentificação dos movimentos), bradipsiquismo (lentificação do pensamento), abulia (ausência de vontade) etc.. Mas a "síndrome depressiva", ainda não é, estritamente falando, uma "doença", ou "entidade nosológica", ou "entidade mórbida", pois, para falarmos nessas últimas, além de sintomas organizados, precisamos também de uma "etiologia" (uma causa) e de uma "patogenia" (conjunto de processos mediante os quais a causa opera para produzir a síndrome). Isso tem por conseqüência que um sintoma pode aparecer em mais de uma síndrome e uma síndrome em mais de uma doença. A síndrome depressiva, por exemplo, pode ser expressão de uma doença chamada Transtorno Bipolar, ou de outra chamada Depressão Reativa. Talvez haja ficado claro para você que o tratamento menos profundo de todos trata apenas do sintoma, o medianamente profundo, da síndrome, o mais profundo, da entidade mórbida. A SP abrange uma enorme variedade de sintomas: taquicardia, sudorese, dispnéia, dispepsia, polaciúria, diarréia, olhos e língua seca, frio nos pés e nas mãos, angústia, sensação de morte iminente, hipersensibilidade a ruídos e ao som, insônia, hiperalgesia. Quando sabemos qual a entidade mórbida que está produzindo a síndrome, certamente iremos tratá-la de maneira mais eficaz.
Passamos agora a listar alguns conhecimentos necessários para associarmos o aparecimento da SP a alguma doença, sofisticando seu tratamento.
Consideremos a estrutura e funcionamento do Sistema Nervoso Central: Anatomicamente, ele se divide em “voluntário” e “autônomo”. O primeiro obedece ao comando de nossa vontade, como virar a cabeça, levantar um braço etc.; o segundo regula funções sobre as quais nossa vontade não interfere de forma direta, como determinar a maior ou menor abertura de nossa pupila, o maior ou menor afluxo de suco gástrico para o interior de nosso estômago etc. O SN autônomo, por sua vez, subdivide-se em dois ramos, o simpático e o parassimpático, que operam de maneira antagônica: o primeiro, por exemplo, aumenta a abertura da pupila, o segundo, a restringe. O primeiro é um sistema de emergência – prepara fisicamente o organismo para situações de perigo, em que a fuga ou o ataque podem ser possíveis – o segundo, um sistema de manutenção, devendo ter o comando nos momentos em que tais emergências não existem.
A patogenia da SP é uma hiper-ativação simpática: sua taquicardia provém da necessidade de aumentar o ritmo em que o sangue é fornecido aos músculos, suas disfunções digestivas provêm do fato de que esse sangue é desviado das vísceras para os músculos, seus distúrbios respiratórios (cujo concomitante psicológico é a sensação de angústia) é efeito colateral da tentativa de suprir o organismo de oxigênio de uma forma mais acelerada, sua fotofobia deriva de uma tentativa generalizada de perceber mais etc. etc..
Quando existe ativação simpática sem que haja necessidade de luta ou fuga, ela é doentia. Se o tratamento é feito em nível meramente sindrômico, basta que se administre alguma droga capaz de inibir essa ativação. Mas um tratamento em nível sindrômico é inferior ao que se realiza em nível etiológico, apenas possível quando sabemos QUAL DOENÇA está por detrás do aparecimento da síndrome.
Mário Simonsen, falando sobre um de seus livros, diz que irá investigar campos do saber “onde a revelação da verdade não fere tantos interesses como na Economia”. Passo a demonstrar que uma tal revelação, no que diz respeito à etiologia da SP, fere interesses corporativos e privados.
Em raros casos, a SP ocorre em doenças com etiologias – fatores genéticos, lesões cerebrais, intoxicação exógena por substâncias psico-ativas (cocaína, opiáceos, canabinóides etc.), abstinência do uso dessas substâncias etc. – cujo reconhecimento não fere interesse nenhum. Na esmagadora maioria dos casos, contudo – para acima de 90%, certamente – sua causa é de origem neurótica e, aqui, as dificuldades “políticas” começam a distorcer a compreensão dos fatos.
Há dois tipos de neurose: as psico-neuroses e as vegeto-neuroses.
Entre as psico-neuroses, é na histeria de angústia e na neurose fóbica (hoje arroladas sob o registro de “transtorno fóbico-ansiosos”) que aparece a SP. A etiologia central dessas doenças foi bem estabelecida por Freud: a impossibilidade de o sujeito comunicar verbalmente determinadas experiências internas (= recalque). Sendo tal a etiologia, o tratamento de eleição é óbvio: uma relação psicoterápica que torne tal comunicação possível. Interesses corporativos da indústria farmacêutica e o alto custo dos tratamentos psicoterápicos têm por efeito, contudo, que freqüentemente se deixe de lado o tratamento da doença, necessariamente etiológico, e se opte pelo tratamento da síndrome, via psicofármacos, com inevitáveis – e indesejáveis – efeitos colaterais, incluída a perda de libido.
Entre as vegeto-neuroses – chamadas por Freud de “neuroses atuais”, pois tem etiologia na vida presente do sujeito e não, como ocorre com as psico-neuroses, em sua história pregressa – é na neurose de angústia, descrita por ele em 1885, que a SP faz sua presença. Aqui, com efeito, interesses corporativos e privados conjugam-se para distorcer ainda mais gravemente a compreensão e abordagem da doença.
Se, quando a SP ocorre como manifestação de uma psico-neurose, seu tratamento etiológico contraria interesses principalmente corporativos, quando ocorre como manifestação de uma vegeto-neurose, contraria, além de àqueles, também a interesses privados. Vejamos por quê.
Para isso, aprofundemos, antes de tudo, a compreensão da diferença essencial entre as psico-neuroses e as vegeto-neuroses (ou neuroses vegetativas).
Os sintomas das primeiras, as psico-neuroses, são substitutos simbólicos, construídos a partir da história do paciente, de comunicações verbais que lhe estão interditadas. Daí que, quando, em um processo psicoterápico, esse interdito é suspenso e tal comunicação (re-)adquirida, vejamos desaparecer o sintoma. Por isso chamou-as Freud de PSÍCO-neuroses.
Já os sintomas das segundas, as vegeto-neuroses, bem ao contrário, não são pessoalizados, nem poderiam ser, pois sua construção não depende da história do sujeito. São, bem ao contrário, absolutamente padronizados, pois dependem das funções de nosso sistema nervoso vegetativo, universais entre os humanos, sendo curioso ver o espanto de um paciente quando, tendo-nos relatado dois ou três de seus sintomas, cuja natureza logo reconhecemos, passamos a lhe relatar meia dúzia de outros de cuja presença, muitas vezes, só se dá conta após nossa perquirição. Deve-se a isso Sandor Ferenczi havê-las batizado de VEGETO-neuroses.
Se a etiologia das psico-neuroses é o bloqueio de uma comunicação verbal, qual a das vegeto-neuroses, por Freud denominadas neuroses ATUAIS?
É o distúrbio fisiológico causado pelo mau manejo - na ATUALidade, não no passado - da excitação sexual. Com efeito, aqueles que ainda sabem da existência das neuroses vegetativas e conhecem sua etiologia podem ter o prazer - e a surpresa! - de constatar o desaparecimento "milagroso" de seus sintomas, imediatamente após a correção desse manejo. Esse tipo de saber, entretanto, cria, como anteriormente aventei, problemas "políticos" de ordem corporativa e privada, escondendo de profissionais e leigos a compreensão dessas neuroses.
Quando, em vez de em uma psiconeurose, a Síndrome de Pânico aparece no Transtorno de Pânico - uma vegeto-neurose descrita pela primeira vez em 1885, por Freud, sob o nome de Neurose de Angústia - seu tratamento etiológico é simples, mas "politica", econômica e/ou eticamente complicado.
A causa desse transtorno é um intenso incremento da excitação sexual sem descarga orgástica correspondente. Isso pode ocorrer de várias formas. Um exemplo: se, durante uma relação sexual com um marido que sofre de ejaculação precoce, sua esposa fica sexualmente excitada, mas ele ejacula antes de que sua esposa atinja o orgasmo, ela terá, segundo Freud, um ataque de angústia dentro de um a quatro dias a contar do ocorrido. Minha experiência clínica ratifica isso e não vejo alma viva que o mencione. Por quê?
Ora, se essa etiologia está correta - e é facílimo demonstrá-lo - a terapia indicada para o caso acima seria um mero afastamento da noxa, ou seja, implicaria a paciente negar-se a manter relacionamento sexual com o marido, ou separar-se dele, ou arranjar um amante que faculte orgasmo, ou curar-se o marido de seu sintoma, uma terapêutica simples, mas "politicamente" complicada. Silencia-se, portanto, que o Transtorno de Pânico não passa de uma re-edição - aleijada, pois desprovida de uma causa - da Neurose de Angústia freudiana, deixando-se mesmo, freqüentemente, de falar de Transtorno - algo que pede uma etiologia - para se falar em Síndrome - que permite relativo descaso quanto a essa última. O "esquecimento" da etiologia do Transtorno de Pânico, além de evitar o defrontamento com situações "politicamente" complicadas como aquela à que aludi, favorece os interesses de uma indústria farmacêutica que, por exemplo, vende maciçamente o Frontal sem alertar com devida ênfase que sua eficácia está na estrita dependência do bloqueio da libido, introduzindo quimicamente a frigidez que Freud apontava como incompatível com a presença do transtorno.
"Sintoma" é a menor unidade de análise diagnóstica. Assim, "tristeza" é um sintoma. Já a um conjunto de sintomas que freqüentemente aparecem juntos, dá-se o nome de "síndrome". Assim, "depressão" é uma síndrome, pois seu diagnóstico implica a presença simultânea de vários sintomas, de que cito alguns: tristeza, bradicinesia (lentificação dos movimentos), bradipsiquismo (lentificação do pensamento), abulia (ausência de vontade) etc.. Mas a "síndrome depressiva", ainda não é, estritamente falando, uma "doença", ou "entidade nosológica", ou "entidade mórbida", pois, para falarmos nessas últimas, além de sintomas organizados, precisamos também de uma "etiologia" (uma causa) e de uma "patogenia" (conjunto de processos mediante os quais a causa opera para produzir a síndrome). Isso tem por conseqüência que um sintoma pode aparecer em mais de uma síndrome e uma síndrome em mais de uma doença. A síndrome depressiva, por exemplo, pode ser expressão de uma doença chamada Transtorno Bipolar, ou de outra chamada Depressão Reativa. Talvez haja ficado claro para você que o tratamento menos profundo de todos trata apenas do sintoma, o medianamente profundo, da síndrome, o mais profundo, da entidade mórbida. A SP abrange uma enorme variedade de sintomas: taquicardia, sudorese, dispnéia, dispepsia, polaciúria, diarréia, olhos e língua seca, frio nos pés e nas mãos, angústia, sensação de morte iminente, hipersensibilidade a ruídos e ao som, insônia, hiperalgesia. Quando sabemos qual a entidade mórbida que está produzindo a síndrome, certamente iremos tratá-la de maneira mais eficaz.
Passamos agora a listar alguns conhecimentos necessários para associarmos o aparecimento da SP a alguma doença, sofisticando seu tratamento.
Consideremos a estrutura e funcionamento do Sistema Nervoso Central: Anatomicamente, ele se divide em “voluntário” e “autônomo”. O primeiro obedece ao comando de nossa vontade, como virar a cabeça, levantar um braço etc.; o segundo regula funções sobre as quais nossa vontade não interfere de forma direta, como determinar a maior ou menor abertura de nossa pupila, o maior ou menor afluxo de suco gástrico para o interior de nosso estômago etc. O SN autônomo, por sua vez, subdivide-se em dois ramos, o simpático e o parassimpático, que operam de maneira antagônica: o primeiro, por exemplo, aumenta a abertura da pupila, o segundo, a restringe. O primeiro é um sistema de emergência – prepara fisicamente o organismo para situações de perigo, em que a fuga ou o ataque podem ser possíveis – o segundo, um sistema de manutenção, devendo ter o comando nos momentos em que tais emergências não existem.
A patogenia da SP é uma hiper-ativação simpática: sua taquicardia provém da necessidade de aumentar o ritmo em que o sangue é fornecido aos músculos, suas disfunções digestivas provêm do fato de que esse sangue é desviado das vísceras para os músculos, seus distúrbios respiratórios (cujo concomitante psicológico é a sensação de angústia) é efeito colateral da tentativa de suprir o organismo de oxigênio de uma forma mais acelerada, sua fotofobia deriva de uma tentativa generalizada de perceber mais etc. etc..
Quando existe ativação simpática sem que haja necessidade de luta ou fuga, ela é doentia. Se o tratamento é feito em nível meramente sindrômico, basta que se administre alguma droga capaz de inibir essa ativação. Mas um tratamento em nível sindrômico é inferior ao que se realiza em nível etiológico, apenas possível quando sabemos QUAL DOENÇA está por detrás do aparecimento da síndrome.
Mário Simonsen, falando sobre um de seus livros, diz que irá investigar campos do saber “onde a revelação da verdade não fere tantos interesses como na Economia”. Passo a demonstrar que uma tal revelação, no que diz respeito à etiologia da SP, fere interesses corporativos e privados.
Em raros casos, a SP ocorre em doenças com etiologias – fatores genéticos, lesões cerebrais, intoxicação exógena por substâncias psico-ativas (cocaína, opiáceos, canabinóides etc.), abstinência do uso dessas substâncias etc. – cujo reconhecimento não fere interesse nenhum. Na esmagadora maioria dos casos, contudo – para acima de 90%, certamente – sua causa é de origem neurótica e, aqui, as dificuldades “políticas” começam a distorcer a compreensão dos fatos.
Há dois tipos de neurose: as psico-neuroses e as vegeto-neuroses.
Entre as psico-neuroses, é na histeria de angústia e na neurose fóbica (hoje arroladas sob o registro de “transtorno fóbico-ansiosos”) que aparece a SP. A etiologia central dessas doenças foi bem estabelecida por Freud: a impossibilidade de o sujeito comunicar verbalmente determinadas experiências internas (= recalque). Sendo tal a etiologia, o tratamento de eleição é óbvio: uma relação psicoterápica que torne tal comunicação possível. Interesses corporativos da indústria farmacêutica e o alto custo dos tratamentos psicoterápicos têm por efeito, contudo, que freqüentemente se deixe de lado o tratamento da doença, necessariamente etiológico, e se opte pelo tratamento da síndrome, via psicofármacos, com inevitáveis – e indesejáveis – efeitos colaterais, incluída a perda de libido.
Entre as vegeto-neuroses – chamadas por Freud de “neuroses atuais”, pois tem etiologia na vida presente do sujeito e não, como ocorre com as psico-neuroses, em sua história pregressa – é na neurose de angústia, descrita por ele em 1885, que a SP faz sua presença. Aqui, com efeito, interesses corporativos e privados conjugam-se para distorcer ainda mais gravemente a compreensão e abordagem da doença.
Se, quando a SP ocorre como manifestação de uma psico-neurose, seu tratamento etiológico contraria interesses principalmente corporativos, quando ocorre como manifestação de uma vegeto-neurose, contraria, além de àqueles, também a interesses privados. Vejamos por quê.
Para isso, aprofundemos, antes de tudo, a compreensão da diferença essencial entre as psico-neuroses e as vegeto-neuroses (ou neuroses vegetativas).
Os sintomas das primeiras, as psico-neuroses, são substitutos simbólicos, construídos a partir da história do paciente, de comunicações verbais que lhe estão interditadas. Daí que, quando, em um processo psicoterápico, esse interdito é suspenso e tal comunicação (re-)adquirida, vejamos desaparecer o sintoma. Por isso chamou-as Freud de PSÍCO-neuroses.
Já os sintomas das segundas, as vegeto-neuroses, bem ao contrário, não são pessoalizados, nem poderiam ser, pois sua construção não depende da história do sujeito. São, bem ao contrário, absolutamente padronizados, pois dependem das funções de nosso sistema nervoso vegetativo, universais entre os humanos, sendo curioso ver o espanto de um paciente quando, tendo-nos relatado dois ou três de seus sintomas, cuja natureza logo reconhecemos, passamos a lhe relatar meia dúzia de outros de cuja presença, muitas vezes, só se dá conta após nossa perquirição. Deve-se a isso Sandor Ferenczi havê-las batizado de VEGETO-neuroses.
Se a etiologia das psico-neuroses é o bloqueio de uma comunicação verbal, qual a das vegeto-neuroses, por Freud denominadas neuroses ATUAIS?
É o distúrbio fisiológico causado pelo mau manejo - na ATUALidade, não no passado - da excitação sexual. Com efeito, aqueles que ainda sabem da existência das neuroses vegetativas e conhecem sua etiologia podem ter o prazer - e a surpresa! - de constatar o desaparecimento "milagroso" de seus sintomas, imediatamente após a correção desse manejo. Esse tipo de saber, entretanto, cria, como anteriormente aventei, problemas "políticos" de ordem corporativa e privada, escondendo de profissionais e leigos a compreensão dessas neuroses.
Quando, em vez de em uma psiconeurose, a Síndrome de Pânico aparece no Transtorno de Pânico - uma vegeto-neurose descrita pela primeira vez em 1885, por Freud, sob o nome de Neurose de Angústia - seu tratamento etiológico é simples, mas "politica", econômica e/ou eticamente complicado.
A causa desse transtorno é um intenso incremento da excitação sexual sem descarga orgástica correspondente. Isso pode ocorrer de várias formas. Um exemplo: se, durante uma relação sexual com um marido que sofre de ejaculação precoce, sua esposa fica sexualmente excitada, mas ele ejacula antes de que sua esposa atinja o orgasmo, ela terá, segundo Freud, um ataque de angústia dentro de um a quatro dias a contar do ocorrido. Minha experiência clínica ratifica isso e não vejo alma viva que o mencione. Por quê?
Ora, se essa etiologia está correta - e é facílimo demonstrá-lo - a terapia indicada para o caso acima seria um mero afastamento da noxa, ou seja, implicaria a paciente negar-se a manter relacionamento sexual com o marido, ou separar-se dele, ou arranjar um amante que faculte orgasmo, ou curar-se o marido de seu sintoma, uma terapêutica simples, mas "politicamente" complicada. Silencia-se, portanto, que o Transtorno de Pânico não passa de uma re-edição - aleijada, pois desprovida de uma causa - da Neurose de Angústia freudiana, deixando-se mesmo, freqüentemente, de falar de Transtorno - algo que pede uma etiologia - para se falar em Síndrome - que permite relativo descaso quanto a essa última. O "esquecimento" da etiologia do Transtorno de Pânico, além de evitar o defrontamento com situações "politicamente" complicadas como aquela à que aludi, favorece os interesses de uma indústria farmacêutica que, por exemplo, vende maciçamente o Frontal sem alertar com devida ênfase que sua eficácia está na estrita dependência do bloqueio da libido, introduzindo quimicamente a frigidez que Freud apontava como incompatível com a presença do transtorno.
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