segunda-feira
SEXO ENTRE CRIANÇAS E ADULTOS III: RETIFICAÇÃO
Minhas postagens voltadas sobre a questão do relacionamento sexual entre crianças e adultos provocaram – e ainda provocam – tal quantidade de mal-entendidos, que, nessas colocações, não devo ter sido satisfatoriamente claro. Tentarei reparar essa possível deficiência, dando melhor formulação ao que anteriormente disse. É ela: Dentre os pacientes que, durante terapia, afirmaram ter tido, na infância, relações sexuais (com ou sem penetração) com adultos – fossem elas reais, fantasiadas, ou, o que é mais provável, um misto de ambas as coisas – encontra-se UMA MINORIA em que o ASPECTO PRAZEROSO da experiência se apresenta como mais intenso do que o DESPRAZEROSO. Alguns desses pacientes – cerca de uma dezena – atendi após terem sido atendidos por outros terapeutas e confiaram-me que, naquelas terapias, não encontraram ESCUTA para esse aspecto PRAZEROSO da experiência em pauta, a qual, evidentemente, continha também outros aspectos, todos eles com direito a escuta. Ora, como a FUNÇÃO de um terapeuta não é passar juízo moral, jurídico, religioso ou que o valha sobre as experiências de seus paciente, mas, sim, serem suficientemente neutros para ESCUTÁ-LOS, esse repetido déficit de escuta é uma DEMONSTRAÇÃO DE INCOMPETÊNCIA PROFISSIONAL, que deve, como fiz, ser exposta e combatida. Isso eu QUIS DIZER. O que NÃO QUIS, foi o seguinte: (1) Que faça bem – ou mal – para a criança, manter relações sexuais com adultos; (2) que seja moralmente correto – ou incorreto – que tal tipo de relação ocorra.; (3) que, em ocorrendo, deva ser – ou não – juridicamente passível de pena; (4) que, do ponto de vista religioso, ela seja – ou não – um pecado (5) etc., etc., etc.. Tais considerações NÃO FORAM objeto de minha comunicação e acho o fato de muitos que me leram terem deslocado a ênfase da questão para esses aspectos que NÃO ABORDEI, levanta a desagradável suspeita de que tinham por único propósito MANTEREM-SE SURDOS À DENÚNCIA DE SUA SURDEZ.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário