Materiais recolhidos em sessões terapêuticas e alhures, sugerem que o sapo – freqüentemente, se não sempre – é um símbolo empregado para representar o recém-nascido. Aliás, nada de admirar: antes de, como sapo, passar a viver na terra (contexto extra-uterino), como girino, viveu na água (líquido amniótico). Aliás, aqui entre nós, a desenvoltura do girino contrasta chocantemente com o aparvalhamento do sapo, que lembra o desamparo do recém-nato. De forma também bastante freqüente, o aparecimento de lama no material analítico, representa a passagem de dentro para fora do útero. Essa passagem da água (útero) para terra (extra-útero) pode, naturalmente, ser representada de infinitas outras formas: lembro-me de um paciente que, quando, em suas fantasias, estava fazendo essa passagem, sonhou estar em uma caravela e que, dá gávea, um marujo gritava: - "Terra à vista! Terra à vista!" .
Nenhum comentário:
Postar um comentário