segunda-feira

FREUD, NIETZSCHE E A PSICOPATOLOGIA

Seja lá o que se fale de Nietzsche, uma coisa é certa: suas posições filosóficas - que Freud fingiu ter lido pouco, mas que certamente leu muito - são "fundantes" para a Psicanálise. Nietzsche recuperou a postura ateniense-aristotélica de que a colocação do "pathos" (emoção) no "logos" (discurso) - ou seja, o "patológico" - é que caracteriza a saúde psicológica e, não, a postura espartano-socrático-platônica, retomada pela Igreja de Agostinho, da "lei do silêncio", que quase mandou Galileu para a fogueira (aliás, David Landes, em seu "The Wealth and Poverty of Nations", diz que o problema não foi Galileu defender o heliocentrismo, mas ter ele teimado em escrever isso NÃO EM LATIM, que só os padres liam, MAS EM ITALIANO, que o povo podia ler). Quando o germanofóbico filósofo alemão diz "dentro de qualquer abismo, encontro a benção de minha auto-afirmação", ele diz tudo: diz que, para podermos ser um "Übermensch" (o "ser humano superior", que alguns idiotas que têm Holywood na cabeça, traduzem por "Super-homem") temos que ser PATOLÓGICOS. A Psicanálise, libertando o discurso, tem tentado - aos trancos e barrancos, é verdade - recuperar isso.

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